french kissin' (beta)

Ligar o telemóvel à uma da manhã, ainda no avião acabado de pousar em Lisboa.

Colhendo agulhas num palheiro.

Lady Chatterley esvoaçando com o seu amante pelas traseiras da Av. de Roma.

Se um dia vos deixar sem aviso, fica declarado FNV meu herdeiro universal:

Querer ficar com alguém até ao fim da vida é um projecto megalopata. Hoje ( desde os anos 50) pensa-se que a ousadia reside na experiência sucessiva. Nada mais errado.
Descobrir todos os dias motivos suficientes para não deixar o outro - uma facilidade obrigatória - é uma tarefa que faz de Sade um menino de coro. Dor e recompensa, o abandono sempre no horizonte, dá uma tesão insuportável.

Só a série Odi et Amo já valia um livrito, ah isso valia.

Lavender Diamond, Open Your Heart, 2007

A música, e não apenas a voz, de Aimee Mann é irremediavelmente triste. A luz pressente-se, apenas.
Talvez por isso o público de Lisboa se lhe tenha rendido tão abertamente numa noite deste Verão de um certo desconsolo colectivo.
O estilo underdog - vidé Lloyd Cole - sempre encaixou muito bem na malta.

o que se passa no Luxemburgo?

em Summer of Love e realidades similares:

Divulgada gravação em que chinês diz ter visto OVNI em 1991.

O canal Arte (ler Artê, sff...) deixou-se enlevar pelo Summer of Love.

se isto é um país normal...

Um fotógrafo apanha uma actriz (ou será modelo, ou será...?) a fazer topless na praia. Uma revista acha que isso é notícia e até motivo de grandes parangonas.
Vai daí, publica as fotos da tal moça... com os mamilos pixelizados!!!

Por exemplo, num conceituado jornal de Lisboa, quando se pretende escolher um filme, temos pérolas destas:
«Rosie é mãe solteira, tem 40 anos e é produtora de televisão. Mas a vida podia correr-lhe melhor: a série de televisão que está a produzir por ser substituída por um reality show, a filha acordou para o amor e o ex-marido vai voltar a ser pai. É então que Rosie se apaixona por Adam, um actor da série. Mas Adam é muito mais novo que ela...»
Esclarecidos? Quem anda, afinal, a transformar a nossa vida, toda a nossa vida, numa reles telenovela?

Alertado pelos jornais do dia, preparo-me para espreitar Erva, uma série que, asseguram os ditos, bate as Donas de Casa por KO.
Ao confirmar a hora, no site da RTP, deparo com isto:
Nancy está a pensar abrir um negócio de venda de droga para sustentar a família mas antes assegura-se de que os seus dois filhos não estão metidos nesse esquema. Célia desconfia de que o seu marido tem um caso com a professora de tênis.
A vida é, de facto, toda ela uma telenovela. Nós é ainda não percebemos. E, sim, convém não esquecer os «tênis». Não é cara!?

O El Pais garante que Figueira da Foz é una localidad al norte de Portugal. O que, sendo verdade, nos deixa um pouco... perplexos.

Quando, há umas horas, coloquei aqui o vídeo-do-Rufus-a-contar-como-o-Cohen-come-salsichas-em-cuecas, estava longe de saber que a Charlotte se encontra num estado de Rufus quase comatoso. E que até já tinha postado (!) o mesmo vídeo. Problema meu, que me distraí e não passeei blogosfericamente por onde devia. Obviamente, a coincidência daria, ela própria, uma história. Fica para outra!

Leonard Cohen em cuecas a partilhar salsichas com um little bird. E depois - zap - em puro Armani. Na presença da filha (o quê, o homem tem uma filha?). Ficamos ainda a saber que Cohen detesta jeans e que Rufus tem muito bom gosto a escolher t-shirts. Ah, a canção? Já (ou)vi melhor.

O Guardian lançou um conjunto de regras para blogar e comentar nos seus espaços online.
In short, if you act with maturity and consideration for other users, you should have no problems.

[Interessante, a ideia da Contemporaria.]

A verdade é que - e, sim, esta é uma reviravolta ideológica - me estou nas tintas para que os americanos invadam o Iraque, bombardeiem o Irão, envenenem a América Latina, ou mesmo as nossas criancinhas com McDonalds.

Só espero que melhorem rapidamente a qualidade das câmaras instaladas nos telemóveis. Começo a ficar cansado daquelas imagens desfocadas e titubeantes que agora enchem os nossos telejornais.

Uma nota especial para as senhoras com gostos exóticos que também se manifestaram na recente polémica: naturalmente havia também dessas na tropa feminina e eu, pela forçada convivência com elas, aprendi a ter alguma pena da sua deficiência. Isto é, pena, enquanto não tentassem aliciar as mais desprotegidas.

Um dos nacos de prosa mais deliciosos actualmente em exibição na blogosfera.

Há quem veja malefícios em tudo. No spam, por exemplo, essa praga do correio indesejado. Permito-me discordar. Por exemplo, hoje recebi isto no Outlook. Acho interessante...

Dear Friend, I write you this email in my capacity as the Accountant General Contract Payment Officer (A.G.C.P.O) of Nigeria. This Office is saddled with the responsibility of paying foreign contractors the debt they are been owed by my country. I am writing you this email to make you an offer, to stand in as a foreign contractor who executed a contract worth $140,470,000 USD. I await your urgent reply if you are interested. Dr Collins Brown Accountant General Contract Payment Officer

There's nothing for you here.

E eu que ainda não tinha reparado que as vendas de Saramago têm caído em flecha.

Joana, de 11 anos, foi a última a ser assassinada. Estava a dormir, acordou com tiros e, assustada, tentou esconder-se debaixo da cama. O pai, que já lhe matara a mãe e a irmã, aproximou-se dela de revólver em punho. A menina, de cócoras no chão, morreu com uma bala na nuca.

ADELAIDE MOURA ALANIS ANDRADE ALEJANDRO CAMOZZI ALEXANDRE GOES ANA CAROLINA CUNHA ANDERSON CASSEL ANDRE DONA ANDREA SEICZKOWSKI ...

Hoje em dia é difícil arranjar uma boa mulher - asseada, ilustrada, neurótica, sexualmente competente, boa mãe - mas é fácil arranjar uma mulher boa : deprimida, técnico-sexualmente avançada, vadia e sem pachorra para conversas de biberons.

What It Feels Like...to Have Sex All the Time

http://acausafoimodificada.blogspot.com/

Não sei se dura sempre esse teu beijo
Ou apenas o que resta desta noite
O vento, enfim, parou
Já mal o vejo
Por sobre o Tejo
E já tudo pode ser
Tudo aquilo que parece
Na Lisboa que amanhece.

Sérgio Godinho

Esta moça chama-se Allison Stokke e há umas semanas um jornal português contou a sua história (na verdade, tratava-se de uma tradução de um jornal americano).
A história resume-se assim: andava a moça entretida na sua vidinha de saltar à vara quando um fã decidiu publicar esta fotografia num blogue. Acontece que outros blogues e sites foram copiando a foto e, às tantas, a moça já não podia saltar à vara no seu remanso. Toda a gente começou a apontar: Olha, é a Allison.
A coisa toma foros sociologizantes e, nos media, apresentam o caso como um dos exemplos de como a Net pode transformar a vida de uma pacata pessoa num inferno de estrelato. Ainda por cima, dizem eles, nem sequer se percebe muito bem o que vêem os fãs nesta banal foto.
De facto, desde que há umas semanas tomei nota do nome para pesquisar na Net (o jornal português contava a história em duas páginas, mas omitia a foto!!!), também me interrogo: mas que raio vêem eles nesta foto?

Não sei se concordo com essa ideia de irem fiscalizar as bolas de berlim pelas praias de Portugal.

ou

Foi a brincar às bonecas que se formaram novas gerações.















(*) a menina do canto não é Barbie. Brinca à parte. É straight.

s.m. estação do ano em que elas, infelizmente nem todas, não deixando de ser belas, passam a ser principalmente boas (Do lat. ita. franc. saison carnale).

O maradona desafia-me a expôr publicamente as minhas cinco últimas refeições (credo...).
Esta seria uma boa oportunidade para a) fazer coro com os outros desafiados e mandá-lo à fava b) dar uma (!) de intelectual e atirar práqui com cinco invenções à Pepe Carvalho c) armar-me em berardo e publicitar uns tantos enlatados à la Warhol.
Opto por me armar em parvo e aceito entrar no jogo. Filosofando, até, antes de pôr a mesa - amesandar (esta é à la Quitério...), ou vale pelo amesandamento em si, ou pela circunstância. Como se verá.

1. Umas fatias de queijo português, banal, e umas rodelas de algo carnudo (paio?). Tudo acompanhado por umas fatias de pão e um ice-tea (!!!). O que valeu é que o sexo foi bom. Muito até.
2. Uma jardineira de vitela preparada com a mais antiga finalidade do mundo - chegar ao coração de um homem através do estômago. Redundante, no caso. O sal que faltava à jardineira sobrava, de resto, em toda a situação.
3. Duas sandes de leitão na Pombalina, acompanhadas por sumos de ananás natural. A Pombalina tem as melhores sandes de leitão da zona bárbara. O sumo de ananás poderá parecer-vos disparatado. Se passarem por lá, percebem que não. Estamos em Lisboa, lembram-se? onde se descobriu agora que Coca Cola casa com sardinha assada (!).
4. Uns camarões tigre na frigideira com alho e piri-piri. Caseiros. Com Bohemia. Uma delícia. Os camarões, aqueles precisamente, têm uma história longa, desde que há uns tempos aportaram ao Lidl da Venda Nova. E os alhos também - não tenham cuidado a comprar alhos no Modelo Bonjour (coisa mais apaneleirada...) e ainda dão por vocês em casa a tentar tirar dentes de alho de umas cebolas brancas, pequenitas e achatadas.
5. Um bife no Nicola, após termos sido afugentados do João do Grão derivado às hordas de turistas que desfiguram a Baixa por estes dias. O Nicola continua a ter um bife razoável e o serviço, não sendo dos mais simpáticos, é eficaz. A esta hora, ainda o colesterol está em festa.

E agora, José? Agora seria a altura de eu atirar com esta posta (em disse POSTA) para cima de cinco desprevenidos ruminantes. Fosse eu José (em momentos mais amalucados até me podem chamar Florbela Queiróz... mas José considero ofensa e das graves).

Uma festa assim. O bolo com a cor exacta. O exacto azul, o rigor das velas brancas. As amizades. E um dos convidados, numa roda mais restrita - vocês parecem o .. na clandestinidade. E eu, virgem nas coisas do exílio, por momentos passeei por essa ideia.

Alexander's Ragtime Band, Berlin's unstoppable 1911 hit, though not technically ragtime, introduced a fascinating syncopated rhythm that would revolutionize pop.
Não é que a música esteja quase a fazer 100 anos. Mas...