A(s) coisa(s)

minhas amigas, por estes dias, está(ão) mais neste estado.

O cheio de um copo

Chegava a casa, abria a cancela, chegava à casa, desapeava do cavalo, chegava em casa. A felicidade é o cheio de um copo de se beber meio-por-meio; Doralda o esperava. Podia estar vestida de comum, ou como estivesse; era aquela onceira macieza nos movimentos, o rebrilho nos olhos acinte, o nariz que bulia - parecia que a roupa ia ficando de repente folgada, muito larga para ela, que ia sair de repente, risonha e escorregosa, nua, de dentro daquela roupa.

Noites do Sertão, João Guimarães Rosa

Dinastias

Songs in the Key of Lacerating

[Martha Wainwright, Kate McGarrigle, Rufus Wainwright]


Coisas realmente importantes

I’m sure you know how to make a burger. But do you make a burger you love, one that people notice, one that draws raves?


Clipping

O divórcio, segundo o BE, in Corta-Fitas.

Clipping

Conbloguistas, in Quase em Português.




Rufus Wainwright

tem um dos mais apurados sentidos de melodia da música pop actual. Uma queda para as orquestrações mais infinitamente belas que já se ouviram. Jeitinho para a poesia. Uma voz que, sendo monocórdica, ainda assim se safa. As suas canções, belas até dizer basta, emocionam a mais hirta das almas. Mesmo assim, há qualquer coisa no seu último disco [Release the Stars] que, sendo tudo o que atrás se disse, não satisfaz. Cansaço, talvez. Estranhos seres estes, que vivem um tempo em que até a beleza cansa!

Clipping

A punição à distância, in Bomba Inteligente.








Lindo serviço

Sábado, fim da manhã, o candidato que surge à frente nas sondagens para a câmara de Lisboa apresentou a sua lista.
Domingo, nenhum dos jornais que se publica no rectângulo se dignou publicar a dita lista, mesmo em versão abreviada.
Deve ser uma nova estratégia para vender jornais... Ou então uma forma de distanciamento da claustrofobia.

A case of pica

Assistir ao House sem espreitar este consultório é só metade do gozo...
Por exemplo, quando eles concluem que o paciente está com pica, eles querem verdadeiramente dizer que o gajo se enquadra num pattern of eating non-food materials (such as dirt or paper). This pattern should last at least 1 month to fit the diagnosis of pica. Logo, só se pode diagnosticar pica se os sintomas se prolongarem por mais de um mês.

Inventário (nota)

Chateia-me a mudança de logotipo.

Inventário (3)


Inventário (2)


Inventário (1)


A felicidade




















anda por aí. Pelo menos nas revistas. Curiosa, esta súbita atenção científica e mediática pelo conceito. Decididamente, back to basics.
Esta semana, era a revista do Expresso que se dedicava a perscrutar (!) o tema. Chamou-me especial atenção a entrevista com um «guru mundial da matéria», diz o Expresso, que o entrevistou. A ideia base do senhor é que a felicidade resulta de uma conjugação variável de herança genética (g), ambiente social (a) e actos voluntários (v). O cavalheiro, Jonathan Haidt, inventou mesmo uma fórmula: f=g+a+v (presumo que em inglês seja diferente...).
O que eu acho é que há gente que encontrou uma bela forma de ganhar a vida. Já a felicidade, embora quase tão simples, banal ou evidente quanto aquela fórmula, parece-me sempre ser outra coisa.

[na foto, uma imagem do LA Times da «sakura senzen» (ou estação das cerejeiras em flôr), que se celebra por esta altura no Japão]

Summer of '67

Leitura recomendada para uma tarde de domingo: o Observer recorda o Summer of Love, em São Francisco, há 40 anos.

15 de Julho (2)


Vai já a proposta para mesa:
que se coloquem urnas de voto nas saídas de Lisboa, principalmente nas pontes 25 de Abril e Vasco da Gama. Que se institua um mecanismo simplex para que esses votos, por correspondência, digamos assim, possam ser contados no próprio dia.

15 de Julho

[Cartagena, Colômbia]


Dos clássicos

A Grécia. Ah, a Grécia...

Eles vivem

The Right: Down, but Maybe Not Out

Ou: eles andam aí
Ou, como se diz agora: eles andam por aí.


A democracia

é um sistema deveras curioso. Sendo a melhor maneira conhecida até à data de transformar a vontade da maioria em acção política, está a todo o tempo refém das minorias. Que, como se sabe, costumam ser muitas, com vontade própria e normalmente muito activas.

[Já agora, completamente a despropósito, quais foram as iniciativas tomadas pelo Movimento do Partido da Terra, nos últimos dois anos, a favor de Lisboa. Vá lá, nem um coloquiozinho...?
OU SEJA
: o MPT quer concorrer em Lisboa para quê?
REFORMULANDO AINDA
: porque tenho eu, cidadão eleitor banal, ter que aturar as taras de uns exibicionistas que, gastando o dinheiro dos meus impostos, acham que têm umas ideias sobre a coisa?]

O mundo aos 11













- Oh pai, esta fruta sabe mesmo àquele néctar da Compal...

É do Carrilho

Acho que, afinal, vou ter de comprar o livro do Carrilho em que ele conta como perdeu as eleições em Lisboa devido a uma conspiração universal.
Quando saiu, não o comprei. Segui os conselhos dos milhares de artigos que por aí se publicaram sobre a matéria e que, em síntese, catalogavam a coisa como obra de ressabiado. Parece que não. Afinal, escrevem agora as Luminárias Indispensáveis do Regime, o Carrilho é que sabia.

Avante! capitalistas

A pergunta é interessante, mas a resposta não é tão óbvia quanto parece.
Se os capitalistas comprarem a Caminho, o mais certo é que Uma Terra Sem Amos passe a ter uma colecção gémea - Amanhãs que Cantam.
Uma das graças, charme mesmo, do capitalismo é a capacidade que tem de tudo digerir e de dar a ilusão aos não capitalistas de que têm espaço, razão de ser e mesmo futuro. Que até canta e tudo.

Ideias para o fim-de-semana

Have fun.

E o novo anúncio da Vitalis?

[Clicar ver filme tv].

Hot in the city

Esta tarde, no Chiado, uma garina passeava-se numa t-shirt com a frase garrafal nas costas: Love is a Game, Insert Coin.
Esta tarde, no Carmo, uma montra ostentava uma t-shirt lisa sobre a qual pontuava um pin: Faz-me um bico.

As coisas que uma pessoa ouve

Há pouco, na televisão, o arq.º Gonçalo Ribeiro Telles garantia que Lisboa tem muitos edifícios obesos.

As coisas que uma pessoa lê

Numa caixa de comentários, escreveu o Lopes que o 5 dias é um dos espaços onde mais se põem valores e sistemas culturais estabelecidos em deslocação. 'Tá bem.

Em plena sarjeta

Os blogues entraram definitivamente na esfera dos media tradicionais. Não há jornal, site, portal ou agência de comunicação que não tenha criado o seu cantinho de blogues. Seja para os seus jornalistas, funcionários, especialistas, convidados ou opinadores. É um movimento interessante, a ver vamos se a (in)compatibilização de registos não dá para o torto, pelo menos em alguns casos.
Para já, destaco o blogue que o Expresso criou para tratar de política. Tem um nome delicioso Jornalismo de Sarjeta e uma descrição tão auto-irónica que chega a meter medo: O blogue onde a política tem o estatuto que merece. Note-se que estamos perante um blogue escrito por pessoas que ganham a sua vida a escrever sobre... política.

No prelo

Os benefícios da fragmentação.
Dia 1 de Julho, à noite, nos escaparates das melhores livrarias de Lisboa.

Ah... o trabalho

Tóquio, 17 Mai (Lusa) - O número de mortes ligadas ao excesso de trabalho no Japão aumentou entre Março de 2006 e 2007, apesar de uma campanha governamental para limitar o abuso das horas suplementares praticadas nas empresas, foi hoje divulgado.

Como diria Paulo Portas, citando já não sei quem, «o trabalho liberta». Oh, se liberta...

Títulos do caraças

Metro de Lisboa estuda expansão para Hungria e Roménia, hoje no Diário Económico.

E 'bodyboard' no 'sidewalk'?

O FNV [Mar Salgado] sonha em pôr a filha da florista, ruça e cravejante, com desvelo, em cima do sideboard. O dinheiro que esta gente me obriga a gastar em dicionários...

My Moon, My Man

[Feist, The Reminder, 2007]


One Evening

[Feist, Let It Die, 2004]


1 - 2 - 3 - 4

[Feist, The Reminder, 2007]


Mais lesto que a própria sombra

As passagens de Paulo Portas pela política mais activa têm sempre efeitos secundários curiosos (sugestão: estudar o peso desses efeitos secundários na imagem global do político).
Por exemplo, ontem, a propósito de já não sei bem do quê, dizia que Sócrates tinha sido «lesto». Uma palavra tão morta que eu até pensava que já seria latim...

Dá-me música

O globe-trotter Gonçalo Cadilhe insurgia-se, um dia destes numa revista de imprensa na televisão, contra o facto de os festivais de música e outras actividades similares surgirem nas páginas de cultura. «São acções promocionais, comerciais, deviam estar nas secções de economia.» É uma ideia bizarra, que faz pensar. Por exemplo, seguindo esse critério, quase tudo iria parar às secções de economia e de política, os dois motores do espaço mediático. Mas percebo a ideia dele, principalmente agora que vêm aí os festivais de Verão e as televisões se enchem de «reportagens» que só se distinguem dos espaços de publicidade por serem mais eficazes.

Lisboa

Deveria ser sempre assim. Sol radioso, uma leve aragem marítima, em muitos recantos (aqui, à minha frente...) ouve-se o chilrear dos passarinhos. Dia glorioso em Lisboa.

Copyright

Fotografias de Bert Stern, roubadas ao El Pais.

[A cicatriz?

- Acabo de operarme de la vesícula hace poco más de un mes. Espero que no se me verá la cicatriz.
- Descuida. La vamos a ocultar.

... como num filme dobrado em espanhol. Cariño...]

Nua (com bum-bum)


A preto e branco (com cicatriz)


Bloco Central (flanco rosa)


Bloco Central (flanco laranja)


Film noir

Anjelica Huston, Sharon Stone e Diane Lane fotografadas por Annie Leibovitz para a Vanity Fair.



e

Durante alguns dias, faltou um e à Halle Berry lá em baixo.
Já lá está! Obrigado.



A palavra certa

Conversava superficialmente com um amiga acerca de factos banais, recentes, da esfera pública e, digamos, semi-pública. Pequenas e grandes histórias, coisas sem importância, rivalidades, apreciações diversas, a imensa rede de acontecimentos, próximos e distantes, que fazem o nosso dia-a-dia. Foi ela quem utilizou a palavra certa para estes tempos: demência. Uma difusa, porque difícil de apreender, demência - diria eu.

A irrelevância na primeira página

É verdadeiramente imppressionante (e preocupante...) o que alguns jornais escreveram na última semana acerca do caso da criança inglesa desaparecida no Algarve.
Vale a pena rever as primeiras páginas - ninguém ficou de fora da suspeição; não houve uma única suposta pista que não tenha ganho credibilidade; tudo o que pudessemos imaginar (e só imaginar) acerca do caso teve honra (e credibilidade) de notícia. Uma amálgama de informação que, ao dar importância a tudo, acaba por tornar tudo mais ou menos irrelevante.
O objectivo, mais que esclarecer o leitor, foi sempre, sempre, emocionar. As televisões tinham a tarefa facilitada - bastava-lhes mostrar, mostrar, mostrar, repetir tudo até à exaustão - mas os jornais (alguns, pelo menos), como de facto não havia muito para contar, desataram a escrever tudo o que lhes vinha à cabeça.
É óbvio que se prestou um mau serviço - não é esta a função da imprensa, pelo menos de toda a imprensa. Penso mesmo que uma análise do comportamento de três ou quatro jornais (insisto, mais do que das televisões - aqui o mecanismo já é conhecido qb) daria um excelente estudo sobre os media. Proponho mesmo um ângulo: a hipervalorização, e logo credibilização, do irrelevante e mesmo do disparate.

Claustrofobia (caso prático)

11 e 05 de domingo. RTP 1, SIC, TVI e SIC Notícias estão em directo de Fátima. Só o Canal 2 passa ao lado. Esta malta do Canal 2, obviamente, brinca em serviço.



I loved you for a long, long time
I know this love is real
It don't matter how it all went wrong
That don't change the way I feel
And I can't believe that time's
Gonna heal this wound I'm speaking of
There ain't no cure,
There ain't no cure,
There ain't no cure for love
I'm aching for you baby
I can't pretend I'm not
I need to see you naked
In your body and your thought
I've got you like a habit
And I'll never get enough
There ain't no cure,
There ain't no cure,
There ain't no cure for love

There ain't no cure for love
There ain't no cure for love
All the rocket ships are climbing through the sky
The holy books are open wide
The doctors working day and night
But they'll never ever find that cure for love
There ain't no drink no drug
(Ah tell them, angels)
There's nothing pure enough to be a cure for love

I see you in the subway and I see you on the bus
I see you lying down with me, I see you waking up
I see your hand, I see your hair
Your bracelets and your brush
And I call to you, I call to you
But I don't call soft enough
There ain't no cure,
There ain't no cure,
There ain't no cure for love

I walked into this empty church I had no place else to go
When the sweetest voice I ever heard, whispered to my soul
I don't need to be forgiven for loving you so much
It's written in the scriptures
It's written there in blood
I even heard the angels declare it from above
There ain't no cure,
There ain't no cure,
There ain't no cure for love

There ain't no cure for love
There ain't no cure for love
All the rocket ships are climbing through the sky
The holy books are open wide
The doctors working day and night
But they'll never ever find that cure,
That cure for love

[Sincerely L. Cohen]

Inglês técnico

A Economist prepara-se para oferecer aos assinantes uma versão audio integral da sua edição semanal. Apenas um comentário: uau!

History lessons

[click to read]


Brown sugar

Doctor House, a meio de um diagnóstico:
- E é um castanho tipo Halle Berry, ou tipo Beyouncé?


Nota Editorial

Este blogue está a precisar urgentemente de um texto longo. Para dar uma certa espessura.

Clipping

A saída de Blair, in Corta-Fitas (admirável síntese).

É muita escola...

Mário Crespo para o entrevistado:
- Ó sô doutor, vamos tentar ser estruturalistas a analisar essa questão.

Scarlett is scarlet, not me



Estatuto Editorial (4, english version)

No comments.

And how do you say nêsperas in english?











Strong to vivid red parece-me bem.
Reddish orange, sendo interessante, sabe-me a pouco.
Se não se importam, fico com flagrantly immoral or unchaste. Pronunciado num forte inglês... com o unchaste a mandar perdigotos e tudo (e, enfim, se vos disser que o meu scarlett leva dois tês... então... oh, oh, tudo a dobrar).

Jornal tablóide britânico


Wild words

I married a german.
Every night I dress up as Poland and he invades me.


[Bette Midler]

Não me olhes assim...


Estatuto Editorial (3)

Este blogue é uma pose.

[ok... todos o são, mas este nunca sai à rua sem se mirar ao espelho demoradamente]

It's [NOT] Wonderful

O Pedro Adão e Silva [que coloca no Canhoto alguma da melhor música da blogosfera] alerta-me que a canção de Paolo Conte que surge num anúncio da Caixa se chama Via Con Me e não It's Wonderful. Erro de simpatia pela catalogação no You Tube... Como prémio pelo meu erro, o Pedro surgere-me outro anúncio de um banco italiano igualmente com banda sonora de Conte. O dinheiro poderá não dar felicidade, mas pelos vistos facilita o bom gosto.





Clipping, clapping

O dia do Juizo, in A Vida Breve.

[Ou me engano muito, ou a decadente França vai renascer hoje à noite pela voz dos mais proeminentes intelectuais portugueses. Talvez substitua mesmo nos próximos tempos o falido eixo Washington-Londres como farol do mundo civilizado...]

Uma rapariga às direitas

To the left, to the left...


Hola cariño

[Miguel, desculpa lá, mas a notícia aqui é mesmo a roupa]


Missing mister Blair

O título de Michael Elliott para a Time diz tudo: «Why you'll miss this man. Tony Blair is leaving Downing Street as an unpopular failure. He deserves better.»

Clipping

Conquistas delicatessen, in Da Literatura.

Control freak

Estavam na SIC à conversa com Nelly Furtado.
- Então, oh Nelly, quem te faz as malas durante as digressões?
- Sou eu mesma. I'm so control freak.

It's Wonderful

A Caixa Geral de Depósitos tem um novo anúncio com banda sonora de... Paolo Conte. It's Wonderful, embora cantada por outro gajo qualquer.
Até dá gosto ter conta na Caixa. Só não o digo porque hoje em dia é politicamente incorrecto dizer bem da Caixa. É contra o pensamento único esclarecido.


Estatuto Editorial (2)

Um blogue sem etiquetas.

Consultas ao domicílio

And if you want a doctor
I'll examine every inch of you

[I'm Your Man, Leonard Cohen]

Milla's singing

[Para o Bublé, a Furtado e a Charlotte.]


Estatuto Editorial

Cultiva a tentação.

Manadas

O pack journalism é aparentado da pack opinion?

Claustrofobia?


Três belas moças

Acho que vou passar os próximos dias enrolado nelas. Mais as noites que os dias.
Duas vêm em formato mais arredondado [eis um daqueles pequenos mistérios sobre os quais tenciono um dia debruçar-me: porque estão algumas editoras a adoptar o formato das caixas de SACD para os banais CD...?], a outra em tradicional e angulosa embalagem. Tratando-se de mulheres, interessam-me sobremaneira os pormenores de indumentária.
É para mim um mistério esta súbita devoção das portuguesas pela música brasileira. A Teresa Salgueiro mais fixada num registo quase Carmen Miranda, Maria João eclética e super colorida como sempre, Maria de Medeiros, provavelmente uma questão de geração, com os autores mais queridos (Chico, Caetano...).
Para já, estou a gostar muito (pronto, confesso, fui direitinho ao «A Noite de Meu Bem», da Maria: Hoje eu quero a rosa mais linda que houver...). A gostar de tudo. Muito. Das vozes delas, das orquestrações, da produção. Vou ouvir tudo outra vez e prometo que se houver alguma coisa a apontar eu aponto. Duvido.

Wishing list



Olha...

O nokia já trazia a palavra blogue no dicionário automático, ou aprendeu por simpatia?

And I'd howl at your beauty

I'm Your Man é uma daquelas canções citáveis de uma ponta à outra (como todo o Cohen). Uma espécie de versão actualizada e anglo-saxonizada do Ne Me Quitte Pas. Até tem um cão e tudo... embora com um ombro sem história.

Michael Bublé

Já reparara uma ou duas vezes no nome. Mas precisamente a começar pelo nome (e aquela carinha também não ajuda nada), havia ali qualquer coisa... enfim, percebem, não me inspirava confiança. De resto, ainda nem sequer tinha reparado que o rapaz é canadiano... fazia-o mais inglês. Betinho, irritante, a armar ao pingarelho, inglês.
Mas o fulano, no último disco [Call Me Irresponsible - 'tão a ver, betinho, betinho...], deu-lhe para fazer uma versão de I'm Your Man e isso eu não podia deixar passar. Mais que suficiente para mexer dois dedos (tantos quantos os necessários para teclar umas palavritas no iTunes) e... bom... a surpresa não poderia ter sido maior. A voz não é «a voz», mas as orquestrações são do mais Sinatra que se possa imaginar. A versão de Cohen é das melhores que já ouvi. E há mais umas coisas muito agradáveis. Por exemplo, Wonderful Tonight, que nos habituámos a ouvir na versão melosa de Clapton e que aqui surge em dueto com Ivan Lins, em brasileiro e de uma elegância exemplar.
O site é de luxo - a condizer com a música, pensada para ambientes sofisticados. E tem lá tudo. Músicas (em suaves amostras), vídeos, fotos, um sem-fim de vaidade.

Dup dun tap tarata dun dun...

A ideia até parecia interessante - imagens de Lost in Translation para o Summertime de Scarlett Johansson. Não se pode dizer que o casamento entusiasme por aí além. Mas dá para ouvir e reouvir e reouvir (bom, e sempre temos Scarlett na cama...) One of these mornings you gonna rise up singing...


Clipping

reminder, in Gloria Fácil.