Rituais













When the weather is warm, all New York is a reading room. Courtney Czepiga reads Harry Potter in Central Park.


O New York Times terminou esta semana uma série (durava desde Maio) sobre os rituais urbanos de Verão. O que faz com que o Verão seja Verão?

Suave apocalipse

.blogspot.com. Também seria um bom título para um blogue.

O apocalipse quotidiano

Ao procurar algumas referências críticas ao livro A Estrada, de Cormac McCarthy, por exemplo, aqui, deparei com a repetição insistente das expressões Apocalypse e Hell.
Ora o que me pareceu é que se trata de um dos mais realistas retratos do mundo em que vivemos.



Existe mesmo? O fogo?
Existe, sim.
Onde é que está? Eu não sei onde está.
Sabes, sim. Está dentro de ti. Sempre lá esteve. Eu consigo vê-lo.


A Estrada, Cormac McCarthy

Sleep tight

A Teri Hatcher, pelos vistos gosta de se mandar à piscina de salto alto dourado e camisola de lã. E tem uma vozinha, só mesmo vozinha... Mas a malta acha-lhe graça. Que se há-de fazer?





Goodnight, Teri Hatcher

Quiz




Nós ainda somos os bons?
Sim. Nós ainda somos os bons.
E havemos de ser sempre.
Sim. Havemos de ser sempre.
Está bem.

A Estrada, Cormac McCarthy

August, Rilo Kiley





«Second only to Philip Roth». But...

To the literary critic Harold Bloom, the comparison with Auschwitz was “an unforgivable failure of imagination and humanity” on the part of a novelist he considers “second only to Philip Roth” among living writers. “Saramago’s novels are endlessly inventive, endlessly good-natured, endlessly skillful,” Bloom told me, “but it baffles me why the man can’t grow up politically. In 2007, to be a Portuguese Stalinist means you’re simply not living in the real world.”

In The New York Times, 26 Agosto 2007



Há outros homens bons. Tu disseste que sim.
Pois há.
Então onde é que eles estão?
Escondidos.

A Estrada, Cormac McCarthy

Uff, até que enfim

A televisão morreu
















diz o guru.

Na verdade

este ano não houve propriamente summertime. E, não, isto não é um post meteorológico.



Summertime, Scarlett Johansson

EPC

Eduardo Prado Coelho era uma das minhas leituras diárias e vai fazer-me falta.
Há poucos, muito poucos, intelectuais portugueses capazes de pensar e escrever sobre o mundo com o olhar penetrante, desconstrutivista e pluridisciplinar como EPC fazia. Nele, a política nunca era só política, a economia era também poesia, e mesmo os pequenos e insignificantes factos do dia-a-dia eram passíveis de passar pelo crivo claramente barthesiano com que tentava compreender a realidade. E nele nada era simplificador, antes pelo contrário. Cada crónica de EPC era, geralmente, um ponto de partida para pensar, sempre numa perpectiva mais divergente, de abertura, do que numa tão corrente tentativa totalitária de impor um ponto de vista. Crónicas que apelavam à inteligência, é verdade, mas que sempre cuidavam da estética, dos afectos, da vida, em suma.
Repito, poucas pessoas escrevem hoje nos jornais com essa abertura de espírito. Sempre sem receio de errar. Digamos que os seus textos tinham essa transparência de deixarem evidente perante o leitor o esqueleto de que eram feitos - EPC mostrava-nos as dúvidas, as hesitações, a alegria perante a descoberta, a desilusão que a vida teima em ser.
Por estes dias falar-se-á das muitas polémicas em que se envolveu (esse gosto pela polémica intelectual, não armadilhada, cada vez mais rara entre nós...), do famoso texto sobre lingerie, das derivas políticas, ora passando do esquerdismo para o cavaquismo, ora colando-se ao socialismo. Na política, irritou muito gente, escreveu injustiças desmesuradas, foi - e isso é sempre o pior - bajulador. Reduzi-lo à política é, porém, mais que redutor, é pateta. Esse é um mundo da pequena trica, que os seus textos deixam quase sempre lá em baixo.
Pessoalmente, "convivi" com ele durante umas semanas, quando participou, com o cardeal D. José Policarpo, no Diário de Notícias, nos Diálogos sobre a Fé, posteriormente editados em livro. Cabia-me a parte operacional de tratar dos textos, fazer títulos, escolher destaques. Tinha que ler aquelas, por vezes, densas páginas e tentar extrair dali ideias «vendáveis». E era um gozo ler os textos de EPC, sempre provocatórios, sempre tentando incutir alguma dúvida nas certezas do oponente.
Mas de EPC guardo especialmente a experiência do leitor comum, desafiado diariamente a pensar a realidade por ângulos tantas vezes imprevistos. É nisso que me vai fazer muita falta.

[Act: O Público disponibilizou online algumas dezenas de crónicas de EPC. Uma excelente ideia.]

Radio Nowhere

Noutros tempos, a divisa já foi «everybody knows this is nowhere».
Agora, ouçam isto



Ah... não se esqueçam que foi aqui que o ouviram pela primeira vez. O regresso ao rock. Puro.

Dream on Girl

[com dedicatória]


Redshoes (2)

Dream On Girl ainda não foi a canção deste Verão. Mas foi pena...

Risky sex

Diz a Economist (online only) que fazer sexo é muito mais seguro em Portugal que na Noruega.



October, 2


Oi Juciara, 'cê é uma safadona

Recebi um mail da Juciara. Que saudade. Dizia assim:

Muita ressaca?? Olha eu fiquei bem melhor depois que vomitei tudo.
Também,misturar vodka com montilla não foi uma boa idéia,mais esse foi um dos melhores finais de semana da minha vida.
Olha,o ronaldo estava com as fotos mas eu peguei o cartão de memória da maquina dele e descarreguei no meu pc.
Estava cheia daquelas fotos da piscina (do "ensaio sensual" rsrsrs) nossas mais eu gravei no meu pc e apaguei tudo do cartãozinho de memória...Estou te mandando algumas delas aqui,mais cuidado pra não cair em mãos erradas e não dá merda pra nós duas!


Mas do que gostei mais foi da forma como a Juciara começava o mail: «Olá Marilia,como foi seu dia????» Uma safada, esta Juciara... Que saudade... ui.

Ai pode

Um prazer inimaginável. A nossa música, em todo o lado.
E o prazer supremo - levá-lo para todo o lado, deixá-lo de lado, e, com a intencionalidade do gesto, redescobrir os sons quietos e intensos que já esqueceramos.







Bless his ever loving heart
Only he knows who you are
He may seem so very far
Bless his ever loving heart

And when you're feeling sad
And everywhere you look you can't believe the things you see
When it all comes down so bad
And beauty lies exhausted in the streets

Hold his ever loving hand
Even when you do not understand
Sorrow has its natural end
Hold his ever loving hand

And when you're feeling low
And everyone you meet you can't believe the things they say
When there's no place left to go
Where someone isn't moving you a little further down the way

Bless his ever loving heart
What you do is what you are
When it all comes down so hard
Bless his ever loving heart
Hold his ever loving hand
When it seems you ain’t got a friend

Only he knows who you are and what you are
Bless his ever loving heart
Bless his ever loving heart.

[Nick Cave and The Bad Seeds, Bless His Ever Loving Heart]



















[Dunas de Oyambre, Cantábria, Agosto 2006]



Papillon busted free
Though it took him 'til he was sixty-three
And nobody cared about the Goddamned inquiry
And Daga stayed on the farm
Though he found no cause for alarm
It was a hell of a swim but he still had two good arms

Gorillas are for eating
Don't you know it's true
I fell in love with you
And don't you think it's sad
'Cause here we both stand
Amidst the wreckage of our past

And I'll spend the day with you
We'll meet at your house after two
You're the most exhausting girl I ever knew
And when you let me leave I'll go
I'll let you get back to your phone
You mean well, Mel, but you're all talk and no show

Pick you lips 'til they're bleeding
Don't you know I fell
The lair of the queer devil
Is deeper than you thought
The computer's still on
And the webpage is alt.com

And I hope you'll come back soon
And I feel like a million buck today, a million bucks today
'Cause I know it can only go up from here
'Cause she says it's so much better after all

After all we been through
I can't get my mind off of you
It's a hell of a way to spend the whole day through
And you left your name on the bar
You hopped your little brown car
You moved in with Gramps and you got yourself a job

And the room is slowly sinking
But I can play guitar
And Morgan you're so far
Away from me tonight
And I'll try to make it right
By putting you in this here song

Oh yeah
Okay
Okay wait
Oh my God, Blake
That's what she said
In bed

Papillon busted free
We watched him at 4:53
And I'm glad you chose to spend the night with me.

[Papillon, Rilo Kiley]

Eu hoje vou acordar assim (c)




















(c)



Things are going to slide
slide in all directions
Won't be nothing
Nothing you can measure anymore

Leonard Cohen, The Future.

Ana Júlia



via Câmara Corporativa.





Brûle encore, bien qu'ayant tout brûlé
Brûle encore, même trop, même mal.

E zap!

- Baby...
- Hum!?
- O Google perdeu-se de mim...

A verdade era mais terrível do que imagináramos

O caso Maddie.



«Há epifenómenos que ocupam as páginas dos jornais. Em Portugal faz falta um bom exercício de autoridade.»

Rui Vilar, respondendo à questão «Há quem se queixe de que vivemos um período de claustrofobia com sinais de autoritarismo. A saúde da democracia preocupa-o?», in Diário Económico, 7.8.7

Oviedo, faz um ano por estes dias



Corpo abaixo de oito

Presumo que por lotaria genética, há duas décadas que uso óculos. Cada vez vejo menos ao longe, e por isso me receitam lentes cada vez mais fortes. E, tal como me avisaram, cada vez vejo menos ao perto. Por causa das lentes (a coisa parece contraditória, mas não o é, instruam-se...).
A coisa chegou a um ponto em que é crescente a dificuldade para ler as letras pequeninas. Nos contratos, nas listas de ingredientes, no resto...
Que chatice, pensarão. Que nada, digo eu!
Agora, pura e simplesmente deixei de ler essas letrinhas. É um descanso. E certamente que qualquer juiz acolherá a tese da irresponsabilidade criminosa de quem imprime ou deixa imprimir letrinhas de fingir.

Coincidências (e coincidências)

O Miguel regista a coincidência da foto de Scarlett. Todos sabemos, porém, que nisso das fotos, o Miguel é imbatível (no único blogue que me faz rodar e rodar e rodar a roda do rato).
[Já agora, vale a pena ler o post que está por baixo da Scarlett...]

Caliente

O Verão do El Mundo tem nove semanas e meia. Mas só na edição online.



Click (esta semana, em Oviedo)



González

Me ha costado muchísimo trabajo reentrenar mi cabeza. Durante décadas, mi cabeza ha estado entrenada, por obligación, para recibir información y, al tiempo que la recibía, la reciclaba en forma de respuesta. Esto fue así en todos los ámbitos de mis responsabilidades políticas. En la última, como presidente del Gobierno durante casi catorce años, se convirtió en un hábito. Uno tiene que comprender que cuando ya no es el responsable de dar las respuestas, le toca callarse. Y ese cambio radical es lo más difícil de hacer en la vida, lo más difícil, ¡se lo aseguro!, el ejercicio más difícil de la vida, y algunos lo resuelven volviendo al ruedo.

Felipe González, El País, 04.08.07

Esta semana, em Oviedo



Títulos do caraças

La siesta: El 'yoga ibérico'.

Ultra-revolucionário

Gorbachov contracena com o Muro de Berlim nos novos anúncios da Louis Vuitton.


Revolucionário

Elton John não tem telemóvel nem iPod e quer fechar a Internet durante cinco anos. Diz ele - na tradução sempre salerosa do El Pais - que as pessoas passam a vida «blogueando, en lugar de salir a protestar a la calle».



How to make a caipirinha












Príncipes das Astúrias

Woody Allen, Scarlett Johansson, Penélope Cruz e Javier Bardem.
Em Oviedo.






Remove the chains of darkness
Let me see, Lord let me see;
Just where I fit into your master plan.


Help Me, Johnny Cash (American V: A Hundred Highways)
Music and Lyrics by Larry Gatlin

Ou

My Private Nightmare também poderia ter sido um belo título para um blogue.