They sentenced me to twenty years of boredom

Tivesse eu a paciência do coleccionador, gostaria de coleccionar pedaços de canções. Não versos, não poemas, nem sequer ideias completas ou frases filosóficas. Apenas pedaços. Daquelas coisas que ouvimos e que, por um motivo ou outro, nos ficam no ouvido. Por meses e anos. Por exemplo, o primeiro verso de First We Take Manhattan, de Cohen: They sentenced me to twenty years of boredom. É claro que o verso seguinte contextualiza, mas isso já não me interessa. Interessa-me muito aquela frase, They sentenced me to twenty years of boredom. Acho que me ficou desde a primeira vez que a ouvi. E, agora, passados todos estes anos, sinto ali qualquer coisa de premonitório. É por isso que tenho a certeza de que me faltam cumprir apenas 19 anos. Melhor, 18 anos e alguns meses. Ter um horizonte, mesmo esse horizonte, já é algo que me anima.





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