Quando voltares a casa,

os meus disparates com as pernas vão acabar, os sete remédios que tomo duas vezes por dia regressarão, como por encanto, às suas embalagens, os violinos saltarão dos estojos e voarão um pouco por toda a parte, um gato preto, imperial, lamberá o teu retrato, enquanto prepara com altivez a almofada onde encostarás a dobradiça do cotovelo. Tudo será diferente quando voltares.

Alexandre O'Neill, 5 de Fevereiro de 1985
[in Já Cá Não Está Quem Falou]





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